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sexta-feira, 1 de julho de 2011

1º Encontro de Escritores e Jornalistas, em Valpaços.

No passado sábado, 18 de Junho, o Fórum Galaico Transmontano juntou, numa jornada memorável, escritores e jornalistas, além de outras personalidades e mesmo investigadores transmontanos e da Galiza, na acolhedora cidade da Terra Quente transmontana de Valpaços.
Com o efeito, o I Encontro de Escritores e Jornalistas decorreu debaixo de uma boa aura. De certa forma o tema “o que nos une”, “ligação” apareceu como denominador comum às comunicações e intervenções apresentadas pelos oradores dos vários painéis.
O auditório do pavilhão multiusos de Valpaços compôs-se para assistir a três painéis com excelentes intervenções dos oradores convidados. No primeiro painel, moderado pelo ilustre valpacense Dr. José António Silva, delegado do Fórum em Valpaços, intervieram o Dr. Amílcar Almeida, vice presidente e vereador da cultura da Câmara Municipal de Valpaços, Dr. Pablo Rivera, secretário técnico da Eurocidade Chaves – Verín e representante desses dois municípios e ainda o Dr. Fernando Rua Castro, presidente do Fórum Galaico Transmontano, instituição promotora do evento.
Dadas as boas vindas, apresentado o Fórum Galaico Transmontano à comunidade presente, bem como os objectivos do evento, os prelatores apresentaram a região. Foram destacadas as virtudes e fontes de riqueza da região assentes na ligação ao conceito da Terra Quente e produtos derivados, as perspectivas, as dificuldades, as oportunidades e incentivos, a distância aos centros de decisão… que não invalida a existência, na região de personalidades de muito valor, apenas reconhecidas, quiçá muito injustamente no restrito círculo de amigos… dado o potencial e dimensão que poderiam assumir, caso as coisas fossem algo diferentes. No que cabe às autarquias, e especificamente Valpaços, esta tenta apoiar os projectos e autores que surjam no meio.
Uma porta, uma nova perspectiva é o que nos abre o projecto da Eurocidade. Uma cultura de partilha, com a partilha de serviços, optimização de custos, organização e promoção de actividades.
Passou-se então ao segundo painel, o painel dos escritores. Moderado pelo vice-presidente do Fórum Galaico Transmontano, Dr. Luís Carvalho, deram um lustre especial de brilhantismo ao evento os oradores escritores, Dr. Bento da Cruz e Dr. Xerardo Airas Valsa.
Bento da Cruz com a sua comunicação sobre o juiz Montalvão Machado,  pai do conceituado médico e historiador Dr. Júlio Montalvão Machado usou a sua obra “A Louca de Valpaços”como mote e fez o relato de episódios engraçados que prenderam o auditório, as ligações Barroso – Valpaços, os termos já em desuso, os contextos pitorescos em que foram usados. Alto nível do princípio ao fim. O tempo passava e nem se dava por isso, sempre uma delícia.
Da mesma forma, o orador seguinte Dr. Xerardo das Airas Valsa, natural de Verín, conservou o alto nível do Encontro. Trazia preparada uma comunicação sobre Jesus Taboada Xibite, porém acabou por usar os seus vastos conhecimentos relacionados com as suas pesquisas e investigações para retratar a região valpacense, pela toponímia, vocábulos, localidades, contidos nos inúmeros documentos existentes na Galiza consultados por este autor. Descreveu episódios da sua memória e da memória escrita desses documentos.
Tudo em alto nível. Depois, o painel dos jornalistas que não ficou atrás em relação ao painel anterior. Foram oradores o Dr. Barroso da Fonte, Dr. Federico Justo Méndez e Drª.Cátia Matias.
Falou-se de jornalismo, da prática do jornalismo, das vertentes e importância desta actividade, muitas vezes desvirtuada, em prol de outros interesses – jornalistas e jornaleiros. Os dois primeiros usaram a sua vasta experiência para também deliciarem a plateia com os seus conhecimentos e sabedoria. Desde as raízes barrosãs do Dr. Barroso da Fonte que lhe facultaram um tipo de saber ser e de saber estar que se transpôs para a sua vida profissional e que nortearam a sua actividade, marcada por episódios que contados podem servir como exemplo e referência para todos.
O Dr. Federico Justo com a sua comunicação sobre o Bispo Idácio focou-se nas raízes comuns do povo galaico – transmontano, o elo de ligação, o que nos une é mais do que o que nos separa.
Ainda a jovem jornalista Cátia Matias, “acabada” de sair da universidade, já com experiência num dos «monstros» da comunicação actual, a TVI, também partilhou perspectivas, receios e dificuldades face ao futuro.
Foi uma jornada rica… muito condicionada pelo factor tempo. O tempo voou. O tempo esteve óptimo para a parte da tarde, em que depois do almoço, na Quinta D. Adelaide Simões… houve uma parte de convívio e de confraternização marcada por visitas, a aldeias tradicionais… Fornos do Pinhal e Sonim.
Em Fornos do Pinhal foi dada oportunidade de constatar que, de quando em quando, lá surge alguém que se preocupa em preservar a herança comum, o património, legando para as gerações vindouras instrumentos, objectos, «coisas» que assim não se perdem. Um valor acrescentado. Depois, foi feita a visita a uma adega típica, onde se produz o excelente vinho “Encostas de Sonim”, em que proprietário Fernando Pessoa, o “Chalana” recebeu os visitantes para uma prova de vinhos.
Dia intenso, dia altamente, do princípio ao fim.
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